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Dentro de suas calhas de concreto, eles percorrem quilômetros. Já se acostumaram a carregar cavalos, corpos, pilhas de entulho, sacos de lixo, detergentes, esgoto. Sarandi e Ressaca vêm lado a lado, trazendo sua carga. Uma vez ao ano, quando suas águas estão revoltas, saem alagando tudo, e se misturam por cima do muro de concreto que os separam. Fraturados, colonizados, aprisionados.

Os córregos Sarandi e Ressaca representam, segundo a Copasa, 70% do volume de água despejado na lagoa da Pampulha. "Os esgotos não podem continuar correndo para dentro dos córregos porque vão chegar na Pampulha. É importante que todo mundo tome consciência disso, que o poder público faça políticas públicas que facilitem esses processos de ligação. A Pampulha tinha que ter, na verdade, um planejamento de médio e longo prazos. Nós não vamos conseguir salvar a Pampulha com ações erráticas, momentâneas. Elas têm que ser duradouras", diz o coordenador do projeto Manuelzão, Marcus Vinícius Polignano. Muitas águas dão vida à lagoa da Pampulha. Fazem parte de uma bacia hidrográfica com área de 97 quilômetros quadrados. Uma grande caixa d'água formada por duas cidades: Belo Horizonte e Contagem (que tem 54% da bacia).

12/05/2023

© Procedimentos técnico-poéticos na pintura ao ar livre

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